Existe uma alta incidência de sobredotados entre a população autista o que indica claramente que pode haver características qualitativas do autismo que promovam o aparecimento de sobredotados.
A observação clínica sugere que o interesse obsessivo por um determinado tópico, muito característico do autismo e que não aparece nas pessoas com deficiência, pode ser um factor que contribui para o desenvolvimento desse talento especial.
Os dons dos autistas sobredotados podem e devem ser aproveitados para a sua valorização. A obsessão por um determinado tópico pode ser explorada de uma maneira positiva para desenvolver aprendizagens.
Os seus talentos podem ser motivo de admiração para os outros alunos da classe e como tal contribuírem para uma melhor inserção social. E, por último, podem contribuir para o desenvolvimento do auto-conceito que, de uma maneira geral, tem tendência para ser baixo.
Estratégias a adoptar
Em geral, a colocação de um aluno autista numa classe regular é recebida com cepticismo.
Observou-se que essas crianças obtinham melhores resultados do que os atingidos por autistas doutras áreas escolares que frequentavam classes distintas. Portanto, separar crianças autistas do meio normal parece resultar na intensificação dos seus problemas.
Em termos de educação, a ênfase devia ser posta em ajudar crianças autistas a aprender meios de comunicar e formas de estruturar o seu meio, de modo a que este seja consistente e previsível. O professor pode ajudar facultando calendários e tabelas, assim como fotos ou imagens de actividades ou eventos, antes de estes ocorrerem.
O ensino eficaz implica que seja prestada atenção a planos de comportamento, ao controlo positivo do comportamento, bem como a expectativas claras e a regras. O aluno autista necessita de saber quais as expectativas que o professor tem e quais as consequências que daí advêm.