O autismo é uma deficiência e não uma doença mental.
Existem várias definições de autismo.
Autismo é:
aum problema neurológico ou cerebral que se caracteriza por um decréscimo da comunicação e das interacções sociais
a uma desordem psiquiátrica em que o indivíduo se recolhe dentro de si próprio, não responde a factores externos e exibe indiferença relativamente a outros indivíduos ou a acontecimentos exteriores a ele mesmo. (New Lexicon Webster's Encyclopedic Dictionary - 1991)
a uma desordem desenvolvimental vitalícia com perturbações em "competências físicas, sociais e de linguagem". (Sociedade Americana de Autismo)
a uma deficiência mental específica que afecta qualitativamente as interacções sociais recíprocas, a comunicação não-verbal e a verbal, a actividade imaginativa e se expressa através de um repertório restrito de actividades e de interesses.(Frith, U. 1989)
Desde a década de 40 até aos anos 60, de modo geral, acreditava-se que um indivíduo autista tinha o desejo consciente de não participar em qualquer interacção social. Actualmente, porém, sabe-se que tal isolamento não resulta de qualquer desejo ou vontade consciente e ocorre, pelo contrário, na sequência de alterações neurológicas e bioquímicas que têm lugar no cérebro.
A certa altura, pensou-se que na origem desta desordem estaria uma falta de ternura e de calor humano por parte dos progenitores. Sabe-se agora que tal não é verdade, uma vez que o autismo não é causado por factores de ordem psicológica.
Assim sendo, com a experiência das escolas ligadas a associações de pais em todo o mundo, as crianças com autismo são educadas adequadamente por pais e profissionais em conjunto. Os métodos utilizados baseiam-se, em grande parte, nas terapias comportamentais.
Como o autismo se processa ao longo da vida?
O autismo não pode ser diagnosticado apenas a partir de um só sintoma, é necessário que estejam presentes simultaneamente os sintomas principais o que acontece, por vezes, antes dos 3 anos.
Ao longo da vida há uma evolução dos sintomas relacionada com as características dos diferentes níveis etários e com as características individuais. A pessoa com autismo é um indivíduo único e não deixa de passar por todas as etapas da vida como qualquer outro ser humano.
O bebé com autismo pode demonstrar: indiferença, falta de interesse pelas pessoas e pelo ambiente, medos estranhos. Não dá resposta ou dá respostas diferentes das dadas pelos outros bebés. Pode ter problemas de alimentação, ou de sucção; ter falta de interesse pela comida; rejeição ou preferência por certos alimentos. Pode ter problemas de sono e chorar muito ou nunca chorar.
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Até aos 12 meses podem aparecer comportamentos repetitivos, restritivos ou estereotipados (bater palmas, rodar objectos, abanar a cabeça). A criança pode ter interesses obcessivos pela luz, por um brinquedo ou objecto. Pode tardar a andar.
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Até aos 24 meses, manifesta-se a ausência ou dificuldade de comunicação verbal e gestual. A linguagem pode tardar ou não aparecer.
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A criança pode não manifestar interesse pelas actividades de autonomia que começam geralmente nessa idade (querer comer sozinho e vestir-se sozinho); dá respostas inadequadas aos estímulos sensoriais: tem hipo ou hiper sensibilidade ao frio e ao calor, à luz, à dor ou a certas texturas. Há falta de correlação da causa efeito.
Depois dos 2 anos, a criança pode não brincar normalmente, não entrar em brincadeiras com pares ou com o grupo.
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A esta altura, os problemas do domínio cognitivo, especialmente de linguagem, começam a estar presentes. A criança com autismo usa a ecolália frequentemente. Fala, utilizando padrões repetitivos e não usa o «sim» e o «não»; inverte os pronomes; escolhe palavras cujo som lhe agrada e repete-as fora do contexto. Não compreende os sentidos figurados.
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O período dos 3 aos 6 anos é uma etapa muito difícil para a criança e para os pais pois a deficiência manifesta-se claramente. Podem aparecer comportamentos agressivos, birras sem causa aparente, medos excessivos ou irracionais de situações diárias.
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Dos 6 anos à adolescência alguns dos sintomas mais perturbadores de comportamento tendem a diminuir. Mas o autismo permanece uma incapacidade para o resto da vida.
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Com educação adequada, os sintomas podem não ser tão patentes e haver uma melhoria da qualidade de vida. Por outro lado, um ambiente inadequado ou falta de educação apropriada podem levar a uma regressão e/ou perda de capacidades previamente adquiridas e ainda a deteoriação de comportamentos como a auto-mutilação, gritos, destruição...
As pessoas com autismo serão todas iguais?
As necessidades educativas das pessoas com autismo devem ser determinadas individualmente.
Os níveis funcionais destas pessoas mostram tremendas variações. É, contudo, quase sempre possível melhorar o seu nível de vida, mesmo na idade adulta, através da aplicação de programas educacionais bem seleccionados e estruturados.
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A compreensão básica da linguagem verbal pode variar desde a não existência até um domínio perfeito mas a comunicação verbal é quase sempre estranha e muitas vezes não acompanha a expressão não verbal. a expressão verbal dos outros é muitas vezes mal interpretada.
Embora o autismo não seja uma doença, aparece associado a algumas doenças, como é exemplo algumas manifestações de epilepsia.
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