Factores condicionantes das deficiências
Uma criança deficiente não é igual em termos de adaptação a outra criança com o mesmo tipo de deficiência. Uma deficiência pode ser congénita outra adquirida. Daí a necessidade de não confundir criança inadaptada com criança deficiente, pois podem dar-se todas as combinações possíveis, que não permitem a compreensão da deficiência nem a urgente precisão terminológica, visto dependerem de muitas condições e situações subculturais.
No campo médico, a deficiência é definida em vários factores:
Pré-natais Alterações cromossómicas que contém alterações da informação genética, erros natos do metabolismo como as hemoglobinopatias, as embriopatias, as fetopatias, mães diabéticas ou com doenças crónicas, toxemia gravídica, incompatibilidade RH, exposição de drogas, produtos químicos ou radiações, etc, que podem igualmente entrar na base de malformações congénitas.
Perinatais Estão mais relacionados com as condições da deficiência. São os do trabalho de parto e de protecção fetal, que decorrem num período de grande vulnerabilidade. As lesões que podem ocorrer durante o trabalho de parto estão frequentemente associadas a deficiências graves e irreversíveis.
Neonatos Podem ocorrer depois do nascimento, causando eventuais alterações no neonato; são elas: idade do feto, tamanho do feto, efeitos de doenças maternas, etc. Todos estes factores de risco pré - natais e neonatais podem causar desde a lesão mínima do cérebro até à paralisia cerebral.
Pós-natais Para termos uma visão etiológica global.
É importante esclarecer que a divisão de factores que estabelecemos atrás é meramente artificial, dado que muitas condições se manifestam através de mais de um período do seu desenvolvimento, quer seja o intra - uterino quer seja o extra - uterino.
A detecção precoce de problemas psicomotores e de linguagem deve ser uma preocupação do exame pediátrico trivial. Não basta ver o corpo, é preciso identificar sinais que possam comprometer o desenvolvimento do espírito.
As escalas de desenvolvimento devem ser encaradas com muito cuidado, quer na formação de médicos, e principalmente pediatras, quer na formação de psicólogos e educadores ou outro pessoal relacionado com a protecção da infância. Assim podem-se detectar problemas quer visomotores e auditivo - verbais, quer sócio - emocionais. Quanto mais cedo for detectado, mais cedo se podem aplicar programas de estimulação precoce ou programas de aprendizagem ou reabilitação individualizada, para crianças deficientes, maximizando a sua normalização e optimizando as suas potencialidades funcionais.
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