Um dos maiores problemas que os pais atravessam está relacionado com a alimentação dos filhos. A «esquisitice» dos miúdos deixa alguns progenitores com os nervos à flor da pele.
Mas, o que aparentemente os pais não sabem, é que a birra dos mais pequenos acaba por funcionar como uma vantagem psicológica sobre o pai e a mãe, segundo Patricia Ramírez.
Os pais, ao vacilarem perante os gostos dos filhos, estão a dar-lhes indicação de que podem ser submissos também noutras áreas.
«Sou capaz de controlar a mãe com o meu comportamento, segue por esse caminho e vais tê-la dominada», é um dos pensamentos que certamente passa pela cabeça dos garotos, na opinião da psicóloga.
O que pode ou não comer e quando deve ou não ser ingerido, faz parte da educação como as histórias de embalar. Os pais precisam de estabelecer algumas regras, para que os filhos obedeçam e não stressem os pais. Educar os filhos para a comida, como se educa para estudar.
Um dos exemplos dados pela professora é o de que acontece no tempo de escola: «Nos colégios não existe nenhuma mãe para preparar diferentes pratos, nem há pais a contar histórias para o filho comer», adiantou. Os alunos vão ao refeitório, esperam na fila, sentam-se para comer o único prato disponível e comem com normalidade.
De forma um pouco mordaz, Patricia Ramírez lembra a diferença de situações que existe entre as «sociedades civilizadas» e aquelas que estão «em desenvolvimento»: na primeira, as mães têm que andar atrás dos filhos para comer, na segunda acontece exatamente o contrário.
Aqui ficam algumas sugestões que podem ajudar os pais
Pôr os filhos a comerem é bem mais fácil do que os pais imaginam.
Assumir que a troca de comportamento de um filho requer muita paciência, ser repetitivo e atuar sempre da mesma maneira com eles.
A refeição é um ato social em que a família se reúne para degustar uns pratos, para conversar, para rir-se, para falar de temas familiares interessantes, e deve ser um ato atrativo e favorecedor da comunicação.
Não se prepara nada especial, todos comem o mesmo salvo prescrição médica (alergias a alimentos, intolerâncias)
Se não quiser comer algo, explica-se tranquilamente que tem que se comer de tudo e que o prato não vai ser substituído.
Se ele se recusa a comer algo que realmente precisa, é só esperar até que a fome aperte.
Acima de tudo, mantenha a calma e dê alguns dias para verificar se todo o método funciona. Se ficar nervoso, vai pressionar o filho e vai gritar.